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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Onde está a Crítica Construtiva?



Um país democrático é aquele em que as críticas têm o mesmo peso dos elogios. Mas eu estou para encontrar uma crítica ao governo Lula que fale de suas idéias, de seus projetos, da atual situação socioeconômica do país, ao invés de só criticarem as pessoas que o compõem por suas origens, as instituições envolvidas e os métodos de governar.
Tudo isso usando uma linguagem tão preconceituosa e subjetiva, generalizada, quase de extrema direita. Exemplo emblemático é o da revista Veja, que assumiu de vez a empunhadura da bandeira anti-PT e, junto com os defensores da antiga conjuntura, vem partindo para o ataque ao governo, deixando de lado toda a imparcialidade, que a imprensa eticamente deve adotar como principal característica. Se tornaram os novos baluartes da ética e moralidade.

Com ou sem "bolsa-esmola" (como as elites costumam denominar) o fosso entre ricos e pobres diminuiu; mais pessoas passaram a integrar a classe média e outras tantas deixaram a linha de pobreza. Trabalho começado na era FHC? Sem dúvida. Mas, resta saber: se essa era perdurasse, será que essa enorme parcela da sociedade teria essa atenção? Ou (mais provável) o governo tucano continuaria se utilizando dos cofres do BNDES para socorrer mega-banqueiros e poderosas instituições? Estaria o Brasil hoje livre da dívida externa ou ela seria multiplicada por dez, como aconteceu entre 1995 e 2002? É fácil fazer maravilhas com o dinheiro dos outros... e isto o governo FHC fez muito bem. E será que, com o estouro recente da crise mundial, o Brasil emprestaria dinheiro ao FMI, como fez? Como emprestar a um credor? Seria muito difícil. Se existe algum problema em favorecer as classes menos favorecidas, como ser acusado de assistencialista, demagogo e outras coisas, esse governo decidiu não se importar com isso e deu a cara a tapa, preferindo sim, olhar para os mais pobres. Isso é fato. E, de certa forma, é obrigação de qualquer governo, seja ele democrático ou não. Se isso lhe rendeu votos, é a tal história de unir o útil ao agradável. Não existe crime nisso.

Com ou sem discurso demagógico do presidente ou de sua equipe, somos auto-suficientes na produção de petróleo e nos livramos da mão pesada do FMI; a crise mundial praticamente não causou maiores danos por aqui.

Com ou sem alianças de gosto duvidoso, como com o Irã ou Venezuela, o país, pela pessoa de seu presidente, com seu estilo conciliador e dotado de muita simplicidade, algo irritante para a antiga classe dominante, conquistou credibilidade e respeito internacional ("He's the guy!") há muito perdidos. Mesmo com o perigo de ser atacado pela oposição devido ao excesso de viagens e até à aquisição de um novo avião. Não é pouco para um ex-operário, vindo da pobreza do nordeste se tornar uma das (para muitos, “a”) pessoas mais influentes do mundo.

Com ou sem escândalos, tão comuns também em outros governos, o salário mínimo, sonhado em outros tempos ter o valor de 100 dólares, hoje chega perto dos 300.

Ainda há muito o que fazer, sem dúvida mas, sei lá, apesar de termos um presidente "semi-analfabeto e beberrão” (como as elites insistem em classificá-lo), de origem pobre, assessorado por pessoas oriundas dos sindicatos, militantes, alguns sanguessugas e aproveitadores como sempre existiram, eu olho a atual situação do meu país e penso: "nada mal para uma turma tão despreparada!" E às viúvas da era FHC, e a alguns ricos que ficaram menos ricos, não tendo como reverter o atual quadro, resta anunciar o apocalipse, como último recurso para mudar a cabeça das massas influenciáveis, que no decorrer dos séculos de nossa história, foram dominadas por essa mesma elite que hoje quer retornar a qualquer custo ao poder.

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